
O surgimento de Valmiki
Havia na índia um jovem casado, que apesar de possuir uma compleição robusta, não encontrava trabalho para manter sua família, e que se tornara um salteador de estradas, levado por aquele extremo desespero.
Atacava os viajantes, roubando-lhes tudo que levavam e com o fruto dos roubos mantinha seus velhos pais, sua mulher e filhos, sem que nenhum deles suspeita-se a sinistra procedência do dinheiro.
Assim levava a vida, quando um certo dia passou pelo caminho em que estava um grande santo chamado Narada, a quem o salteador deteve para roubar.
- por que queres roubar-me? Gravíssimo pecado é roubar e assassinar o próximo,. Por que cometes tão grande pecado?
O salteador respondeu:
- peco por que preciso manter minha família com o dinheiro que roubo.
O santo replicou:
- crês que tua família participa do teu pecado?
- sim certamente.
- pois bem, prenda-me, ata-me pelos pés e as mãos e deixa-me aqui, enquanto vai a sua casa e pergunta a todos se querem participar do teu pecado, como participam do teu dinheiro.
O salteador concordou com a proposta, atou o santo foi a casa e perguntou a seu pai:
- sabes como te sustento?
Não sei
- sou um salteador de estradas que rouba os viajantes e os mata se não se deixam roubar.
- como fazes isso meu filho? Afaste-te de mim. És um paria!
O salteador perguntou depois a sua mãe.
Sabes como te sustento?
- não sei.
- é com o produto de meus roubos e assassinatos.
- que coisa triste.
- queres compartilhar de meu pecado?
- por que haveria de faze-lo? Nunca roubei ninguém!
O salteador perguntou depois a sua esposa:
- sabes como te mantenho?
- não sei.
- pois sou, um salteador de estradas e quero saber se esta disposta a compartilhar de meu pecado.
- absolutamente. És meu marido e tem o dever de manter-me honradamente.
Então o salteador percebeu a maldade de sua conduta, ao ver que seus mais íntimos parentes negavam-se absolutamente a compartilhar a responsabilidade de suas más ações e voltando ao local onde havia deixado o santo Narada, desamarrou-o, relatou-lhe tudo que ate então havia feito e caindo aos seus pés, exclamou compungido:
- salve-me o que devo fazer?
O santo respondeu-lhe:
- abandona para sempre esse gênero de vida, pois já viste que nenhum dos teus aprovas o que fazes e te desprezam ao saber o que és. Participam da tua prosperidade, porem, quando nada tiveres para dar-lhes, hão de abandonar-te. Não querem compartilhar do teu mal, mas aproveitar-se dos teus bens. Portanto adora aquele que sempre esta ao nosso lado, no mal ou no bem, que nunca nos abandona pó que o amor não conhece nem o engano e nem o egoísmo.
Depois Narada ensinou-lhe a adorar deus, e aquele homem, renunciando por completo ao mundo, retirou-se as selvas e entregou-se a meditação, esquecendo inteiramente a sua personalidade, de sorte que nem percebeu os formigueiros que se formavam ao redor dele.
No fim de alguns anos ouviu uma voz que lhe dizia:
- levanta-te o sábio!
Ele, porem respondeu.
Sábio? Sou um ladrão!
- já não és mais um salteador de estradas. És um sábio purificado. Esquece teu antigo nome. Agora já que tua meditação foi tão profunda, que nem notaste os formigueiros que se formavam ao teu redor, chamar-te-as valmiki “aquele que nasceu entre os formigueiros”.
Assim conhecemos o surgimento de Valmiki, que escreveu um dos textos mais extensos que se tem conhecimento (Ramayana) relatando de uma forma poética a vida de Rama, para o beneficio do mundo.
Epopéias da índia antiga – Swami Vivekananda – pág 4 e 5
Havia na índia um jovem casado, que apesar de possuir uma compleição robusta, não encontrava trabalho para manter sua família, e que se tornara um salteador de estradas, levado por aquele extremo desespero.
Atacava os viajantes, roubando-lhes tudo que levavam e com o fruto dos roubos mantinha seus velhos pais, sua mulher e filhos, sem que nenhum deles suspeita-se a sinistra procedência do dinheiro.
Assim levava a vida, quando um certo dia passou pelo caminho em que estava um grande santo chamado Narada, a quem o salteador deteve para roubar.
- por que queres roubar-me? Gravíssimo pecado é roubar e assassinar o próximo,. Por que cometes tão grande pecado?
O salteador respondeu:
- peco por que preciso manter minha família com o dinheiro que roubo.
O santo replicou:
- crês que tua família participa do teu pecado?
- sim certamente.
- pois bem, prenda-me, ata-me pelos pés e as mãos e deixa-me aqui, enquanto vai a sua casa e pergunta a todos se querem participar do teu pecado, como participam do teu dinheiro.
O salteador concordou com a proposta, atou o santo foi a casa e perguntou a seu pai:
- sabes como te sustento?
Não sei
- sou um salteador de estradas que rouba os viajantes e os mata se não se deixam roubar.
- como fazes isso meu filho? Afaste-te de mim. És um paria!
O salteador perguntou depois a sua mãe.
Sabes como te sustento?
- não sei.
- é com o produto de meus roubos e assassinatos.
- que coisa triste.
- queres compartilhar de meu pecado?
- por que haveria de faze-lo? Nunca roubei ninguém!
O salteador perguntou depois a sua esposa:
- sabes como te mantenho?
- não sei.
- pois sou, um salteador de estradas e quero saber se esta disposta a compartilhar de meu pecado.
- absolutamente. És meu marido e tem o dever de manter-me honradamente.
Então o salteador percebeu a maldade de sua conduta, ao ver que seus mais íntimos parentes negavam-se absolutamente a compartilhar a responsabilidade de suas más ações e voltando ao local onde havia deixado o santo Narada, desamarrou-o, relatou-lhe tudo que ate então havia feito e caindo aos seus pés, exclamou compungido:
- salve-me o que devo fazer?
O santo respondeu-lhe:
- abandona para sempre esse gênero de vida, pois já viste que nenhum dos teus aprovas o que fazes e te desprezam ao saber o que és. Participam da tua prosperidade, porem, quando nada tiveres para dar-lhes, hão de abandonar-te. Não querem compartilhar do teu mal, mas aproveitar-se dos teus bens. Portanto adora aquele que sempre esta ao nosso lado, no mal ou no bem, que nunca nos abandona pó que o amor não conhece nem o engano e nem o egoísmo.
Depois Narada ensinou-lhe a adorar deus, e aquele homem, renunciando por completo ao mundo, retirou-se as selvas e entregou-se a meditação, esquecendo inteiramente a sua personalidade, de sorte que nem percebeu os formigueiros que se formavam ao redor dele.
No fim de alguns anos ouviu uma voz que lhe dizia:
- levanta-te o sábio!
Ele, porem respondeu.
Sábio? Sou um ladrão!
- já não és mais um salteador de estradas. És um sábio purificado. Esquece teu antigo nome. Agora já que tua meditação foi tão profunda, que nem notaste os formigueiros que se formavam ao teu redor, chamar-te-as valmiki “aquele que nasceu entre os formigueiros”.
Assim conhecemos o surgimento de Valmiki, que escreveu um dos textos mais extensos que se tem conhecimento (Ramayana) relatando de uma forma poética a vida de Rama, para o beneficio do mundo.
Epopéias da índia antiga – Swami Vivekananda – pág 4 e 5